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Ensinamento mal recebido é ensinamento repetido. O tempo é também o grande caminho da alma. Jesus é o Mestre. E cada minuto pode ser o luminoso instante de aproveitar a luta para a construção da nossa felicidade eterna. - Emmanuel
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O céu - Parte 2

Publicada em: 07/10/2025 18:58 -

 

 

A encarnação é inerente à inferioridade dos Espíritos; ela não é mais necessária para aqueles que ultrapassaram seu limite e que progridem no estado espiritual, ou nas existências corpóreas dos mundos superiores que não têm mais nada da materialidade terrestre. Da parte destes, ela é voluntária, tendo em vista exercer sobre os encarnados uma ação mais direta para o cumprimento da missão de que estão encarregados. Aceitam suas vicissitudes e sofrimentos por devotamento.

 

No intervalo das existências corpóreas, o Espírito volta por um tempo mais ou menos longo ao mundo espiritual, onde ele é feliz ou infeliz segundo o bem ou o mal que fez. O estado espiritual é o estado normal do Espírito, visto que deve ser seu estado definitivo, e que o corpo espiritual não morre; o estado corpóreo é apenas transitório e passageiro. É acima de tudo no estado espiritual que ele colhe os frutos do progresso realizado por seu trabalho na encarnação; é também então que ele se prepara para novas lutas e toma resoluções que se esforçará para pôr em prática no seu retorno à humanidade. O Espírito progride igualmente na erraticidade; adquire aí conhecimentos especiais que não poderia adquirir na Terra; suas idéias se modificam. O estado corporal e o estado espiritual são para ele a fonte de dois gêneros de progresso, solidários um do outro; é por isso que ele passa alternativamente por esses dois modos de existência.

 

A reencarnação pode ocorrer na Terra ou em outros mundos. Entre os mundos, há os que são mais avançados do que outros, onde a existência se realiza em condições menos penosas do que na Terra, física e moralmente, mas onde são admitidos apenas Espíritos chegados a um grau de perfeição compatível com o estado desses mundos. A vida nos mundos superiores já é uma recompensa, pois lá se está isento dos males e das vicissitudes dos quais se é alvo na Terra. Os corpos, menos materiais, quase fluídicos, não estão sujeitos às doenças, nem às enfermidades, nem às mesmas necessidades. Estando os maus Espíritos dali excluídos, os homens vivem em paz, sem outro cuidado senão o de seu avanço pelo trabalho da inteligência. Lá reinam a verdadeira fraternidade, porque não há egoísmo; a verdadeira igualdade, porque não há orgulho; a verdadeira liberdade, porque não há desordens a reprimir, nem ambiciosos tentando oprimir o fraco. Comparados à Terra, esses mundos são verdadeiros paraísos; são as etapas do caminho do progresso que conduz ao estado definitivo. Sendo a Terra um mundo inferior destinado à depuração dos Espíritos imperfeitos, é por essa razão que o mal aí domina até que Deus queira fazer dela a morada de Espíritos mais avançados. É assim que o Espírito, progredindo gradualmente à medida que se desenvolve, chega ao apogeu da felicidade; mas, antes de ter atingido o ponto culminante da perfeição, ele goza de uma felicidade relativa ao seu avanço. 

 

A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não está na ociosidade contemplativa, que seria, como foi dito muitas vezes, uma eterna e fastidiosa inutilidade. A vida espiritual, em todos os níveis, é ao contrário uma constante atividade, mas uma atividade isenta de fadigas. A bem-aventurança suprema consiste no gozo de todos os esplendores da criação que nenhuma linguagem humana poderia exprimir, que nem a imaginação mais fecunda poderia conceber; no conhecimento e a penetração de todas as coisas; na ausência de toda dor física e moral; numa satisfação íntima, uma serenidade de alma que nada altera; no amor puro que une todos os seres, em consequência da ausência de todo atrito pelo contato com os maus, e acima de tudo na visão de Deus e na compreensão de seus mistérios revelados aos mais dignos. Ela está também nas funções em que se é feliz por ser delas encarregados. Os puros Espíritos são os Messias ou mensageiros de Deus para a transmissão e execução de suas vontades; eles cumprem as grandes missões, presidem à formação dos mundos e à harmonia geral do universo, tarefa gloriosa à qual só se chega pela perfeição. Unicamente os da ordem mais elevada compartilham os segredos de Deus, inspirando-se no seu pensamento, do qual são os representantes diretos.

 

As atribuições dos Espíritos são proporcionais ao seu avanço, às luzes que possuem, às suas capacidades, à sua experiência e ao grau de confiança que inspiram ao soberano Senhor. Não há privilégio, não há favores que não sejam o prêmio do mérito: tudo é avaliado pela estrita justiça. As missões mais importantes são confiadas somente àqueles que se sabe serem capazes de realizá-las e incapazes de falhar ou de comprometê-las. Enquanto sob o olhar do próprio Deus, os mais dignos compõem o conselho supremo, a chefes superiores é entregue a direção dos turbilhões planetários; a outros é conferida a dos mundos especiais. Vêm a seguir, na ordem do adiantamento e da subordinação hierárquica, as atribuições mais restritas daqueles que são encarregados da marcha dos povos, da proteção das famílias e dos indivíduos, da impulsão de cada ramo do progresso, das diversas operações da natureza até os mais ínfimos detalhes da criação. Neste vasto e harmonioso conjunto, há ocupação para todas as capacidades, todas as aptidões, todas as boas vontades, ocupações aceitas com alegria, solicitadas com ardor, porque é um meio de progresso para os Espíritos que procuram elevar-se.

 

Ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, há as de todos os graus de importância entregues aos Espíritos de todas as ordens; daí se poder dizer que cada encarnado tem a sua, ou seja, deveres a cumprir para o bem de seus semelhantes, desde o pai de família a quem incumbe o cuidado de fazer progredir seus filhos, até o homem de gênio que lança na sociedade novos elementos de progresso. É nessas missões secundárias que se encontram muitas vezes falhas, prevaricações, renúncias, mas que prejudicam apenas o indivíduo e não o conjunto.

 

 

 

Referências:

O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo - Primeira parte - Capítulo III - Allan Kardec.

 

 

 

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