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Diálogo com os espíritos

Publicada em: 06/07/2025 20:37 - Mensagens

A comunicação é uma decorrência da inteligência e da faculdade de pensar que tem o Espírito, sendo o próprio pensamento o meio de comunicação dos Espíritos desencarnados. Também entre os encarnados afins, fenômeno da transmissão do pensamento, uma forma de emancipação da alma, estudada por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos.

Além da palavra, valemo-nos de outros meios de comunicação, como o olhar, gestos, expressão facial, postura corporal, entonação de voz, chamados de linguagem não verbal.

Porém, quando o diálogo se dá com um ser que nos é invisível, que se encontra em outra dimensão da vida, no mundo espiritual, não encarnado, por meio de um médium que, embora passivo, não deva interferir no conteúdo da mensagem, não é inteiramente neutro ou nulo, a forma, o colorido dessa mensagem ganhará certas nuanças, conforme o intermediário, incrementando a complexidade dessa comunicação.

Isso nos permite refletir sobre os caminhos para um diálogo seguro e adequado em tais condições. Questão, dentre diversas outras, que foi objeto de estudos e conclusões por parte de Allan Kardec, culminando no estabelecimento do roteiro seguro para o trabalhador da atividade mediúnica: O Livro dos Médiuns.

Embora o título possa fazer presumir um enfoque particular sobre o participante da reunião mediúnica dotado da faculdade ostensiva, consta do subtítulo: Guia dos médiuns e dos evocadores.

Portanto, o melhor e mais seguro roteiro prático para o trabalhador da atividade mediúnica, também para o dialogador, sem prejuízo de contribuições das demais obras da literatura espírita, é, seguramente, O Livro dos Médiuns, mais particularmente, embora não exclusivamente, nos capítulos XXIV, XXV, XXVI e XXVII, dos quais se pode extrair a descrição do perfil do dialogador. Para o desempenho dessa tarefa, além do profundo conhecimento doutrinário, é imprescindível o ascendente moral para lidar com Espíritos de todos os níveis evolutivos, inclusive, mistificadores, obsessores cruentos, personalidades psicopáticas, que requerem envergadura moral, de quem se compromete a estudar e vivenciar os ensinos cristãos-espíritas, para que possua a assistência espiritual superior no desempenho da tarefa.

Essa assistência é fundamental, embora o dialogador não deva ser médium ostensivo, pois o transe mediúnico é incompatível com essa tarefa, que requer a consciência de vigília, para discernir e orientar o médium em transe. Possui, no entanto, o dialogador, a mediunidade no sentido amplo que todos têm, da inspiração e mesmo intuição das sugestões da equipe espiritual, sobre como identificar o nível evolutivo do comunicante, que orientações apresentar a ele; identificar eventual mistificação, bem como perceber que recursos, além da palavra falada, sejam necessários durante o diálogo.

Por isso, é tarefa que requer vasta experiência de quem a desempenha. O novato deverá ser preparado e acompanhado por dialogador experiente, até alcançar experiência (ou preparação?) e segurança para atuar sem esse auxílio.

É também o ascendente moral do dialogador que lhe confere padrão vibratório que dê respeitabilidade às suas palavras: muito mais do que apenas o raciocínio lógico, que também o deve caracterizar, a vibração do que ele diz, o sentimento de firmeza, também compaixão, a fraternidade real, é que sensibilizam o Espírito comunicante.

Dessa forma, é uma tarefa que requer esforços de reforma moral de quem a desempenha, além da necessidade de conhecer o grupo, em especial, o médium, para, inclusive, identificar eventuais interferências do intermediário, o chamado animismo; bem como deve ter entrosamento com o grupo, merecendo a confiança dos companheiros de equipe, para que não interfiram em seu labor.

Competirão à equipe de apoio as preces e irradiações em favor dos Espíritos comunicantes, dos médiuns e dialogadores, sem interferências no diálogo, ainda que tenha a impressão de que o dialogador não o esteja conduzindo bem.

Em uma equipe entrosada e moralizada, como deve ser a equipe de trabalho mediúnico, essas eventuais dificuldades devem ser analisadas, ao final, durante a etapa de encerramento da reunião, na avaliação da atividade, quando as dúvidas podem ser esclarecidas, impressões trocadas e compartilhadas sugestões de melhorias para todos.

No diálogo com os Espíritos, portanto, o dialogador é o porta voz da equipe de trabalho, devendo saber falar com clareza, objetividade, empatia e respeito, com a sensibilidade de quem fala com um semelhante, uma pessoa, desde que, como alerta Allan Kardec, é preciso termos com os Espíritos desencarnados a benignidade de que talvez um dia venhamos a necessitar.[1]

A tarefa do dialogador, como também do dirigente da reunião mediúnica, funções que podem ou não ser desempenhadas pela mesma pessoa, requerem que os trabalhadores sejam dotados de fino tato, de rara sagacidade, para discernir as comunicações autênticas das que não o são e para não ferir os que se iludem a si mesmos.[2]

Pela importância, gravidade e complexidade da tarefa, esse é um dos temas do Ciclo de Reflexões sobre a Prática Mediúnica Espírita, desenvolvido pela Área da Mediunidade/FEP, cujos materiais serão disponibilizados, ao final do Ciclo, em sua página, no endereço eletrônico da Federação.

 

Referências:

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Guia dos Médiuns e dos Evocadores. Rio de Janeiro: FEB, 2000. pt. 2, cap. XXV, item 280.

2 Op. cit. pt. 2, cap. XX, item 230

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