Além da semelhança geral de afinidade, existe entre os Espíritos afeições particulares do mesmo modo que entre os homens, mas o laço que une os Espíritos é mais forte na ausência do corpo.
Da mesma forma, existe ódio entre os Espíritos, se são impuros, e isso é o que insufla as inimizades e dissensões.
Os Espíritos imperfeitos conservam animosidade aos que foram inimigos na Terra, até que estejam purificados.
Se fizemos mal, quando encarnados, a alguém, depois da morte, esse alguém nos perdoa, se for bom, de acordo com o nosso arrependimento. Se for mal, pode conservar ressentimento e, algumas vezes, nos perseguir até em uma outra existência.
As afeições que duas pessoas se dedicam neste mundo continuará no mundo dos Espíritos, se essa afeição se alicerça sobre uma simpatia verdadeira. Mas se as causas físicas forem maiores que a simpatia, ela cessa com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e mais duráveis que sobre a Terra, pois não estão mais subordinadas aos caprichos dos interesses materiais e do amor-próprio.
Em relação às almas predestinadas, não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre os Espíritos, mas em graus diferentes segundo a categoria que ocupam, ou seja, segundo a perfeição que adquiriram: quanto mais perfeitos, mais unidos. Da discórdia nascem todos os males humanos; da concórdia resulta a felicidade completa.
A teoria das metades eternas é uma figura que representa a união de dois Espíritos simpáticos; é uma expressão usada na linguagem vulgar. Os Espíritos que a usam não pertencem a uma ordem mais elevada. Suas idéias são limitadas e eles se expressam pelos termos de que se serviram durante a vida corporal. A simpatia que atrai um Espírito para o outro é o resultado da perfeita concordância de suas inclinações, de seus instintos. Se um devesse completar o outro, perderia a sua individualidade.
Os Espíritos que não são simpáticos hoje, o serão mais tarde, assim o espírito que está, hoje, numa esfera inferior, em se aperfeiçoando alcançará a esfera onde reside o outro.
Referência:
O Livro dos Espíritos – Livro II – Cap. VI – Allan Kardec.