Todos os Espíritos afirmam que os diferentes mundos que circulam no espaço tem habitantes como a Terra e a razão diz que assim deve ser. A Terra não ocupa no universo nenhuma posição especial, nem por sua colocação, nem pelo seu volume, e nada justificaria o privilégio exclusivo de ser habitada. Além disso, Deus não teria criado milhares de globos, com o fim único de recrear-nos a vista, tanto mais que o maior número deles se acha fora de nosso alcance. (Ver O Livro dos Espíritos, questão 55. Revista espírita, março de 1858, Pluralidade dos mundos, por Flammarion.)


Os mundos sendo povoados, a forma geral de seus habitantes poderia ser, mais ou menos semelhante a forma da Terra, mas o organismo deve ser adaptado ao meio em que eles têm de viver, como os peixes são feitos para viver na água e as aves no ar.


Se o meio for diverso, como tudo leva a crê-lo e como parecem demonstrá-lo as observações astronômicas, a organização deve ser diferente; não é, pois, provável que, em seu estado normal, eles possam mudar de mundo com os mesmos corpos. Isto é confirmado por todos os Espíritos.


Segundo o ensino dos Espíritos, os mundos se acham em graus de adiantamento muito diferentes; alguns estão no mesmo ponto que o nosso; outros são mais atrasados, sendo sua humanidade mais bruta, mais material e mais propensa ao mal. Pelo contrário, outros são muito mais adiantados moral, intelectual e fisicamente; neles, o mal moral é desconhecido, as artes e as ciências já atingiram um grau de perfeição que foge à nossa apreciação; a organização física, menos material, não está sujeita aos sofrimentos, moléstias e enfermidades; aí os homens vivem em paz, sem buscar o prejuízo uns dos outros, isentos dos desgostos, cuidados, aflições e necessidades que os incomodam na Terra. Há, finalmente, outros ainda mais adiantados, onde o invólucro corporal, quase fluídico, se aproxima cada vez mais da natureza dos anjos.


Na série progressiva dos mundos, o nosso nem ocupa o primeiro nem o último lugar, mas é um dos mais materializados e atrasados. (Revista espírita, 1858; Idem, 1860. A moral do Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III.)




Referências:

O que é o Espiritismo? - Cap. III - Allan Kardec



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