Ouve-se, vez ou outra, alguém responder, quando indagado acerca da sua religião: Estou tentando ser espírita, quer dizer, ainda não posso me chamar espírita.

A afirmativa deixa no ar uma dúvida: Pode-se ser meio espírita?

Interessante que, somente na Doutrina Espírita, encontramos esse receio de se intitular o seguidor de doutrina religiosa.

Vejamos então o que nos ensina o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec: Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se o quiserem, os espiritistas.

Logo se vê que não há porque ficar procurando outra denominação ou temer usar a correta. Se é adepto da Doutrina Espírita é espírita.

Quanto a ser o adepto fiel ou não dos princípios espíritas, é ainda o mestre francês Allan Kardec que ensina. Entre as diversas categorias dos que se convenceram por um estudo direto, se destacam:

primeiro, os que simplesmente creem nas manifestações dos Espíritos, os que consideram o Espiritismo apenas uma série de fatos mais ou menos curiosos. São os espíritas experimentadores.

Aqueles que se detêm no fenômeno, acham maravilhosa a mediunidade, admiram o que os Espíritos fazem. São os espíritas de superfície.

A segunda categoria é a dos espíritas imperfeitos. Esses vão além dos fatos.

Compreendem a parte filosófica da Doutrina e admiram a moral. Mas continuam a ser o que sempre foram: ciumentos, invejosos, avarentos, ociosos.

Admiram as mensagens, se extasiam com as palestras e exposições espíritas, cumprimentam palestrantes e expositores com entusiasmo, mas não modificam a conduta.

Trabalhar na Casa Espírita, servir ao próximo, renunciar aos seus prazeres? De forma alguma.

Esses passam anos e anos frequentando os Centros Espíritas, comprando livros, até por acharem as capas muito bonitas, vistosas, mas não se deixam penetrar pela mensagem renovadora do Espiritismo.

São os que entram na Doutrina, sem permitir que ela lhes adentre a intimidade.

Temos depois os espíritas cristãos. São os verdadeiros espíritas.

Os que estudam, se aprofundam no conhecimento espírita, convencidos de que a existência na Terra é passageira, que é oportunidade de crescimento. Esses aproveitam todos os momentos para adentrarem na senda do progresso.

Esforçam-se por fazer o bem e por dominar os seus maus pendores. A caridade é sua linguagem e sua regra de proceder.

Finalmente, os espíritas exaltados.

Esses aceitam tudo o que vem dos Espíritos, sem exame, sem verificação.

Até as coisas mais absurdas aceitam, sem contestar.

São também esses os que tudo consideram obra dos Espíritos.

Graças à sua confiança cega são iludidos facilmente e explorados por Espíritos mistificadores e homens de má fé.

Esse tipo de espíritas, sem o saberem, dão armas aos incrédulos, aos zombadores, que desejam ridicularizar o Espiritismo.

Com tal divisão, é possível detectarmos que tipo de espíritas somos.

E trabalhar para nos tornarmos os espíritas cristãos, os verdadeiros espíritas, pois somente assim se estará aproveitando a belíssima chance que o Senhor Jesus nos concede: conhecer o Seu evangelho à luz dos ensinos dos Espíritos.

 

Você sabia?

 

...que, na cidade de Colônia, na Alemanha, um jovem, recém integrado no estudo do Espiritismo, pediu ao Departamento Federal do Serviço Social do seu país para não servir ao exército?

Não gostaria de lutar contra a violência, falou, porém, colocar-me à disposição da paz. Ofereceu-se para prestação de serviço social, nesse período, desejando ser útil de forma diferente.

O órgão federal alemão autorizou o jovem a recursar o serviço militar armado.

*   *   *

O Espiritismo convida o homem para ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. Seu objetivo é a reforma íntima da criatura.

 

Redação do Momento Espírita, com base na introdução de O
livro dos Espíritos e no item 28 de O livro dos médiuns, ambos 
de Allan Kardec, ed. FEB e na revista Presença Espírita.

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